Um banho de água fria (muitas vezes)
Agora que o elevador voltou aos seus regulares descensos e ascensões, os técnicos da Afortis elevadores deixaram de ser alvo dos meus mais secretos desejos homicidas. E o meu rabo começou a perder firmeza, porque subir e descer 9 andares 4 vezes ao dia todos os dias, causava o seu impacto nos glúteos.
Felizmente, a circulação vai de veia em poupa já que a água quente fica fria, cada vez que tomo banho. É a revolta do aquecedor, diz que está em greve.
A primeira foi no mês passado, uma quarta-feira pela noite, quando já não havia ninguém para atender o telefone da Junkers aquecedores. No dia seguinte já havia gente para atender o telefone mas os técnicos não estavam disponíveis. Sexta-feira, comoo que já não havia eram desculpas, lá veio um técnico para dizer que o calcário tinha dado cabo do bichinho. Que era preciso substituir uma peça mas, claro, só podia pedir a peça na segunda-feira, não fosse isto um país mediterrâneo.
Foram 5 dias seguidos sem água quente com temperaturas a rondar os 12 graus de máxima.
E foi assim substituí o sujeito das minhas fantasias de CSI: estrangular o técnico da Junkers passou a ser a prioridade do meu inconsciente.
Uma semana e troca o passo após a mudança da tal peça que estava desfeita pelo calcário, precisamente numa sexta-feira à noite, a água quente voltou a abandonar o meu chuveiro.
É o que se pode chamar de um balde de água fria. Durante 3 dias.
Dizem que à terceira é de vez, e desta feita até trouxe um companheiro, na minha opinião para disfarçar a sua incompetência. Substituíram o limitador, o super-técnico tinha posto um com defeito de fábrica. Ou isso me explicaram, ao mesmo tempo que maldiziam o extrator. Fez-me recordar uma cena da “Tropa de Elite” em que duas s divisões da polícia passam o tempo a atirar corpos da área de uma para a área da outra porque nenhuma quer realizar a investigação sobre as mortes.
Se o problema fosse o extrator, estaria tudo resolvido para os senhores Junkers. Adeusinho e santas páscoas porque eles só são responsáveis pelo aquecedor.
Quem diria que a água quente tem tanta burocracia?
Durante uns dias não houve problemas. Até que uma noite, não conseguia dormir devido a um ruído desconhecido e perturbador. Ritmado e prolongado. Fui dar com uma combustão intermitente detrás da chama do aquecedor que agonizava em suspiros cada vez que se tentava expandir. Perante a complexidade do problema decidi apagar o gás. Enquanto houvesse água quente com o gás aceso não era motivo para pânico.
Estou oficialmente em pânico desde ontem à tarde (um Sábado, quão conveniente!), quando a temperatura da água desvaneceu a pique 3 vezes enquanto eu estava na ducha. Três vezes!
Só Deus sabe como anseio por ver o meu amigo Junkers outra vez e, e, e, e, e... atirar-lhe uma panela de água fria em cima!
Para ele poder partilhar a mesma sensação de frescor que eu obtenho, cada vez que tomo banho.
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