As coisas que inventam!
Depois do “video-clip” da Fany eu achava eu que já tinha
visto tudo. Até que um homem voador aquático rompeu a tranquilidade do
meu horizonte. Sim, um homem voador aquático subia e descia na
crista da onda, naquele sereno entardecer de Agosto que se debruçava sobre a
Praia da Barceloneta.
Não era um golfinho, não era um sereio, não era o super-homem a
gozar umas merecidas férias. Parecia um ciborgue por causa dos tubos que o
sustentavam. Mas não, vai-se
a ver e era mesmo um homem, comum e corrente, a voar no mar.
Havia gente que já tinha visto enquanto para outros, como eu, era
a primeiríssima vez.
Nesse momento adivinhei como se devem ter sentido as gerações
passadas, quando viram a
primeira lâmpada a dar luz, a primeira televisão a acender-se ou o King Kong no
cinema.
Embora seja totalmente consciente que, se um dia contar aos meus
netos que no remoto Verão de 2012 se voava na praia com uns tubos, eles vão rir-se da minha cara,
do alto dos seus patins voadores a motor, que compraram no campo de férias em
Marte.
Depois de uma breve pesquisa no Google, ficou tudo claro: um
canalizador e o seu primo mecânico, estavam ambos cansados de não se conseguir
aguentar em pé nos tradicionais skis aquáticos, pelo que decidiram inverter a
potência do motor das motos de água e concentrá-la à frente da moto, captando-a
por uns tubos conectados a uma pequena prancha em forma de pés humanos. Ficou claro? A parte do canalizador é
pura suposiçao pessoal, a parte do mecanismo o senhor do vídeo explicará melhor
que eu, mas como ele explica em francês nao sei se vai clarificar muita gente.
Resumindo, chama-se “flyboard” ou "dolphin jet pack" e
basta enfiar o pezinho na prancha para qualquer pessoa poder levitar pelas
águas, sem tapetes mágicos, nem aulas de yoga, nem mentes em branco. Se calhar também faz falta algum
equilíbrio e habilidade, bem como sessoes de prática, principalmente para fazer
acrobacias aéreas e dar mergulhos sincronizados. Mas visto de fora parece tao
fácil como estar de pé. E ter 180€ que é quanto custa, pelo menos em Barcelona,
meia hora de voo aquático.
Para ter o mecanismo completo guardado na arrecadaçao a tempo
indefinido, diz que sao 150.000€, uma auntêntica
pechincha!
Fosse isto há umas 8 décadas atrás e lá teriam ido o Coutinho mais
o Cabral, felizes que nem golfinhos, de Portugal ao Brasil aos saltinhos.
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