A ode à vida matou-me de susto
Jesus.
Cristo. Senhor!
Ia eu
descendo a rua, descansada da vida, com os phones nos ouvidos a tocar o spotify
em modo aleatório, quando fui arrebatada por um som seco e gritante,
assustador, que não estava gravado em nenhuma lista do spotify.
Era uma coisa assim como as pancadinhas de Molière versao "Pesadelo em Elm street 3D".
Depois do primeiro
susto, tentei ignorar. Mas o ruído aterrador insistiu, as pessoas à minha volta
olhavam para o céu e eu, pronto, comecei a pensar o pior. Ai que se está a
estatelar um avião na Sagrada Família, ai que nos estão a bombardear desde
Madrid, ai que há mais vida no universo e decidiu vir respirar em cima das
nossas Exmas. cabeças. Ai que já vejo a inscrição
na lápide: Alexandra Schütz filha, irmã e “novia” 1986 – 2012.
Tirei os phones, que numa emergência é sempre
melhor ter todos os sentidos alerta. E eis que os momentos de estrondosos decibéis
eram seguidos por laivos de vozes em gritos agudos e estridentes.
O TERROOOR!!!
Mas no fim o pior que aconteceu foi não ter conseguido tirar fotografias
com qualidade para a posteridade. Os
sons pavorosos e as miradas concentradas no céu deviam-se aos ensaios para o espetáculo
multimedia, projectado na Sagrada Familia, em razão da celebração das festas da
Mercè.
Nem aviões,
nem bombas nem aliens. Apenas um sound check para o que em Lisboa chamaríamos Santo
António.
Fica aqui o
resultado final, apresentado Sábado à noite, de todas as provas que invadiram a minha rua
nos últimos dias.
Ironicamente, o espetáculo chamava-se “Ode à
vida”.
Comentários