Yo, yo, yo!
Inscrevi-me num ginásio novo porque é ao pé de casa e tem funky. E o que é o
funky perguntam vocês? De acordo com a web do ginásio novo, o centre d’esport
municipal da Sagrada Familia, o funky é uma aula estilo aeróbica,
cardiovascular com música, saltinhos, coreografias e muita diversão. De acordo
com o professor, sim O professor (primeiro alerta de que algo está mal), o
funky é uma dança inspirada no hiphop e não é nada aeróbica nem cardiovascular.
Realmente, só faltou mandar-nos pôr a cabeça no
chão e começar a girar, como nos videoclips do JayZ.
É uma dança toda yo-yo-yo, toda atitude, toda from the
block. O prof, yah o prof yo, vem vestido como se fosse jogar basket, t-shirt
gigante e calções largos de cintura baixa, que vão até debaixo do joelho
(segundo alerta). Eu, com raízes no ballet clássico, na dança do ventre e no
rancho folclórico, senti-me um pouco fora de lugar. Mais que isso, posso dizer que não passava por uma humilhação tão grande desde que levei a mochila da Barbie para o primeiro dia de aulas do
5º ano. Não conseguia fazer os movimentos à la rapper, não percebia como é que
o corpo se tinha de mexer e quando a coreografia estava a acabar, eu ainda ia a
meio, ou já estava de todo parada, de pé e sem jeito, enquanto as outras dançavam
para cá e para lá. Para piorar a
situação o prof ,yo, disse-me que me pusesse ao lado dele, à frente de toda a
gente, para o ver melhor. Eu disse que não,
não é preciso ma men, yo. Que ali atrás onde estava via as minhas companheiras e copiava-as. Mas
ele não se rendeu “E elas dançam melhor que eu?”. Não me sobrou mais remédio
que pôr-me ao lado dele, yo. Depois de algumas demonstrações ele retirou-se para que fizéssemos a coreografia de memória, deixando-me sozinha à frente de toda a gente,
qual líder de massas! Qual Ghandi, qual Hitler, qual Napoleão, qual Che
Guevara, qual Martin L. King, qual Messi! Excepto que nenhum deles dançava
Funky.
Pronto, já temos alguma coisa em comum.
Yo!
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