Aberturas de Ibiza
Nos idos tempos em que trabalhava na Jerónimo Martins, de quando em vez
levava uns detergentes para casa ou uns trolleys com produtos variados: comida,
bebida, limpeza, higiene pessoal e por aí fora. Nao era uma coisa frequente,
nao, nao era Natal todos os dias (e no Natal havia caixa de chocolates!). Por isso, quando recebia alguma coisa ficava logo toda contente, fosse o
que fosse. Huuum azeitonas, que bom, eu pessoalmente nao
gosto, mas deram-me no trabalho! Era uma excitaçao receber algo mais que o
sintético salário que me pagavam.

Praia de dia, festa ao fim da tarde e pela noite adentro. Podia acostumar-me a viver assim. Fácil, fácil. Almoços na espreguiçadeira, uma dentada de gelado e uma dentada de mar, com sorvos de águas lúcidas e um sol que queima sem assar, porque ainda estávamos em Maio. Jantares no porto, com vista à cidade velha e um pézinho de dança descoordenado com outros 20.000 pés, no mínimo. Porque as aberturas de Ibiza sao uma espécie de casamento cigano, versao fashion e com máquinas de fumo.

Tendo mudado radicalmente de ramo, hoje em dia recebo outro tipo de
presentes laborais. Nada contra os detergentes, que eram sempre muito bem-vindos e davam imenso jeito, mas nao se pode comparar um trolley de super-mercado com entradas
VIP para eventos desportivos, festivais de música e uma panóplia de after
parties, cortesia das grandes marcas de bebida que patrocinam estas coisas todas. Bendito marketing!
Uma vez, na JM, deram-me uma entrada vip para o Rock in Rio, no dia de
Bon Jovi. Deram-me porque sobrava, claro. Ligaram-me assim no mesmo dia à
última da hora, e eu lá fui a correr, de Oeiras para o fim do mundo da linha
vermelha. Foi espetacular. Nao cabia em mim de feliz! Mas mesmo isso
parece mediano quase pequeno, face ao convite de passar um fim de semana em
Ibiza nas aberturas do Ushuaia e do Space. Para quem nao é de se bambolear pela ilha de
la fiesta, o Ushuaia é um hotel discoteca “o hotel que nunca dorme” e onde
tocam os Djs mais famosos do mundo.
O Space é uma megalómana discoteca
em frente ao Ushuaia. Coisinhas conhecidas acreditem.

Praia de dia, festa ao fim da tarde e pela noite adentro. Podia acostumar-me a viver assim. Fácil, fácil. Almoços na espreguiçadeira, uma dentada de gelado e uma dentada de mar, com sorvos de águas lúcidas e um sol que queima sem assar, porque ainda estávamos em Maio. Jantares no porto, com vista à cidade velha e um pézinho de dança descoordenado com outros 20.000 pés, no mínimo. Porque as aberturas de Ibiza sao uma espécie de casamento cigano, versao fashion e com máquinas de fumo.

Nao sou a maior apreciadora de música eletronica nem de house, as
rainhas da ilha, mas o ambiente era tao aliciante, que as batidas se
entrenhavam pelo corpo e faziam pulsar todos os músculos.
Já nem importava o nome do Dj, "que mas da" quem toca se nos
estamos divertir? Ah pois dá que dá, quando sao os Chemical Brothers, mesmo ao
nosso lado. Até eu, que percebo tanto de Djs como de crochet, sabia (mais ou
menos) quem eram estes míticos senhores!


Passada uma semana trás o regresso a casa, fica esse ardente desejo de
estar deitada na espreguiçadeira, com o protetor solar numa mao, um daiquiri de
morango na outra e um festival à nossa espera.
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