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Este post ia ser sobre a NY Public
Library. Um símbolo da cidade, uma meca dos livros e, para todos os seguidores
do Sex and The City, o lugar onde o Big deixou a Carrie plantada, qual tenro rábano,
no dia do casamento. Verdade seja dita, a biblioteca pública de NY é bem mais
um sítio de silêncio que um salão de eventos. Apesar do burburinho dos turistas
que desfilam pelos corredores e tiram fotografias, descaradamente, em frente
aos sinais que dizem “Proíbido tirar fotografias”. Eu também tirei uma, sim
senhor, mas sentei-me ao fundo da sala, a milhas dos sinais de proibição, e ainda
me escondi atrás do candeeiro da mesa. Tudo muito discreto, com o telemóvel sem
som e a máquina sem flash, ninguém deu por ela.
Depois escrevi. Escrevi até apagarem
as luzes e nos expulsarem às 17.45 em ponto. A biblioteca fecha às 18.00. Mas
este post já não vai ser sobre biblioteca porque, entretanto, outros assuntos
de maior relevância se levantaram.
Então não é que fecharam o Governo
dos Estados Unidos da América? Fecharam! Assim como quem fecha o café da esquina
ou o cabeleireiro do bairro. Pergunto-me se também puseram um “closed” na porta
da entrada ou um “obrigado aos nossos fiéis clientes”. Quando ouvi o discurso
do Obama a anunciar a possibilidade de fechar o Governo, fiquei bastante
confusa. Eu, na minha santa ingnorância, não sabia que se podiam fechar
Governos. O Governo protuguês já afundou, aliás, está a bater no fundo mais
profundo, mas, tanto quanto sei até à data, continua aberto. Achei que ele estava
a fazer bluff. Que era demasiado surreal fechar o Governo e que as
consequências não beneficiavam absolutamente ninguém.
Mas parece que os senhores
senadores não acharam o mesmo que eu. Puseram-se de acordo em não se pôr de
acordo sobre a lei, já aprovada, de health ensurance. God forbid que as pessoas
pobres possam ter acesso gratuíto aos hospitais! Vai daí não aprovaram um
orçamento de estado, deixando o Governo sem budget, sem dimdim, sem pasta, pelo
que, compreensivelmente, o governo não pode funcionar. E quem se lixa não são
os senhores senadores, cuja obrigação era aprovar um orçamento dentro de um
prazo estipulado e falharam redondamente. Não. Quem se lixa são os trabalhadores
das insituições do Governo que ficam suspensos e/ou com atrasos nos salários.
Quem se lixa são os pensionistas que ficam sem os lares e os turistas que ficam
sem a Estátua da Liberdade e sem museus, galerias, parques e zoos por essa América fora. Há uma lista exacerbadamente extensa de insituições
e departamentos governamentais que fecham e, consequentemente, milhões de
pessoas que se lixam. A contar apartir de já. Desde a meia noite e um minuto, hora de NY.
Fosse em Portugal e já estava a UE a
cair-nos em cima, o investimento estrangeiro a bater em retirada e o FMI a
oferecer-nos mais um simpático
empréstimo para, sei lá, fazer uma festinha de reabertura do Governo.
Mas é nos USA e aqui tudo é possível.
Para o bom e para o mau.
Só espero que não fechem a
biblioteca.
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