Bye-bye
Diz a letra de uma canção que
“Leaving NY is never easy”. Pois não.
Não chorava num avião desde 2007,
quando acabei o Erasmus em Siena e voltei para Portugal.
Eu até estava contente de voltar a
Barcelona, onde a vida é mais fácil e o sol brilha mais forte. Onde a praia se
vê todos os dias e onde estão as pessoas que fizeram de Barcelona a minha
cidade nos últimos 5 anos.
Pois é, eu até estava contente. Mas,
de repente, ao entrar no controlo de segurança depois de ter um ataque de
nervos no self-check-in da American Airlines
e querere degolar 5 inglesas que traziam 20 malas cada uma, comecei a chorar.
Parei.
Sentei-me na porta de embarque e...
lá veio a lágrima no canto do olho outra vez.
Parei.
Apalanquei-me no avião e pimba,
abriu-se a torneira e o chuveiro e a mangueira!
Foi uma decisão sensata não ter
pintado os olhos nessa manhã, ou toda eu teria sido um bonito panda com leggings de leopardo.
Parei.
Pensei, porquê?
Siena continua no top da melhor
experiencia da minha vida. Os poucos bons amigos que fiz em NY já se tinham ido
todos embora. A NY Film Academy foi uma desilusão maior que descobrir que o Pai
Natal não sõ não existe, como foi inventado plea Coca-cola. Andava a fazer um frio de congelar até as
unhas, tinha o teto de casa a cair aos pedaços, a conta bancária a desaparecer
avidamente e estava a tomar anitbióticos.
Dito assim, devia era chorar de
alegria! Mas não, era mesmo um choro sentido e sofrido, com o coração espremido
a tocar as pestanas. A tristeza de quem
não quer acordar d seu petit rêve. O desconsolo de quem não quer let go. A irreverência de quem quer ficar mais e
conhecer mais e tentar mais. A amarga sensação de que 3 meses, afinal, não dão
para nada.
Que não comi os hamburgers do madison
park, nem a pizza do Grimaldis em Brooklyn. Não vi a árvore de Natal do
Rockefeller Center acesa, nem fiz ice skating.
Não fui ao Met, não vi um jogo de
ice hockey, não vi os outros tantos epetáculos de teatro, dança e coisas
estranhas que queria ter visto. Não comi no restaurante assustador ao lado de
Times Square, não apanhei nenhum comboio em Grand Central Station.
Não vi a Sarah Jessica Parker nem os
passeios com neve. Não fui a nenhum desfile de moda, nem nenhuma after party nem nenhum evento de red carpet. Não passei um fim de semana nos Hamptons.
Nem sequer acabei o segundo draft do
meu guião. Se bem que isso, vá, desde que não falte inspiração, posso acabar em
qualquer lado.
Pergunto-me se alguma vez me
cansaria de Nova-iorque. Se alguma vez me
sentiria saciada dessa grande maçã.
Mas três meses não chegam para responder...
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