"Acreditar, acreditar e voltar a acreditar"
Tendo a puxar pelos mais fracos. A chorar nas cenas mais
pirosas dos filmes mais lamechas.
Sou fanática dos finais felizes para sempre.
Nunca me identifiquei
a 100% com a estória da Cinderela, porque ela falava com ratos, mas excetuando
essa pequena falta de higiene, sou adepta do conceito. O sonho da menina pobre
e trabalhadora, o príncipe encantado e, principalmente, um soberbo par de
sapatos!
A Cinderela é baseada no mesmo princípio do sucesso de Tom
and Jerry ou de Obelix e Asterix.
Quem não quer que os romanos levem uma tareia? Quem não quer
o Jerry escape ao Tom?
Este complexo de
puxar pelo mais coitadinho é uma coisa extrapolada ao máximo nos filmes e nas
séries, com os heróis e anti-heróis que continuamos a querer ser quando formos
grandes. Mesmo que não cresçamos mais. Este ano, esse complexo alargou-se ao futebol no cenário mais improvável - Barcelona.
Houve Cinderela no Camp Nou, pouco
convencional, por ser madrilenha e vestir de vermelho.
Esse Atlético de
Madrid histórico que “acreditou, acreditou e voltou a acreditar”, como diz o
treinador, conseguindo ganhar um campeonato depois de 18 anos e colocar-se na
final da Champions.
Estava toda a gente a torcer pelo Antlético. O Atlético humilde e discreto, sem super
estrelas, sem orçamentos galáticos, pura paixão e sentimento. O Atlético que se é de coração, que vem marcado no sangue à nascença, ou isso dizem. O Atlético que trabalhou mais, jogou mais, mereceu mais.
Os jornais e programas
desportivos não se cansaram de contar esta lenga lenga, em jeito de David contra
Golias. O pequeno e pobre Atlético enfrentava-se ao imenso e abominável F.C. Barcelona.
O mundo da bola xadrez estava pendente daquela tarde de Sábado: seria possível que a
Liga Espanhola não fosse ganha pelo Barça, nem pelo Real Madrid?
Foi possível.
Mas pela primeira vez, eu que choro nas cenas mais pirosas
dos filmes mais lamechas, não gostei do final feliz.
Pois é, a minha costela de catalã adotiva pesa mais do que eu
pensava.
Comentários