O amor é cego
Sei que já é um comentário fora de horas, mas por motivos
técnicos (é o que dizem sempre quando o metro pára a meio da linha, portanto
parece-me uma desculpa oficial) não me foi possível publicá-lo antes.
Uma falta de timing que em nada altera essa conhecida
verdade universal: o amor é cego.
Não vê, não ouve, não come, não dorme. Como uma criança a
fazer birra. A diferença é que dali a pouco começa o Monsters High e quando
acabar a criança já se esqueceu de porque é que estava a fazer birra.
Já os sintomas do amor são eternos e infalíveis, sem
remédio, cura ou analgésico.
O amor catapulta o
ridículo para bem longe, até ele se perder do sentido. Deixando-nos assim, como dizer, estúpidos.
O amor embriaga qualquer noção de nitidez. Choca de frente com o propósito.
Desinstala a conveção, substituindo-a
por um estado de niilismo interno incompreendido. De certa forma como os génios, mas geralmente sem
nenhuma produtividade útil.
O amor faz a medida das coisas perder peso, deixando-a numa
anorexia obesa e excessivamente parca em lógica e na própria razão de ser.
A dimensão dos actos de amor transfigura-se num universo paralelo,
onde ditos actos encaixam entre si como peças gémeas, muito além do que a nossa solitária realidade
tridimensional é capaz de conceber.
Deixo aqui um vislumbre desse amor cego em ação:
CR7, um apaixonado incondicional de si mesmo.
Na foto, Cristiano Ronaldo celebra fulgurosamente e semi-nú, como não, o
golo que marcou (de penalti - uauuu!), quando
o resultado já estava mais do que fechado
para o Real Madrid na final da Champions.
A meu ver não era preciso tanto mas... o amor é cego.
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