This one is a keeper!
Estou de mudança outra vez. É a quarta ou quinta vez em
menos de um ano. Já perdi a conta de quantas vezes andei a pendurar ou a
despendurar tudo. A esvaziar malas, encher armários e vice versa.
Cada vez vou descartando mais peças. Peças que realmente já não uso,
por muito que queira acreditar que um dia talvez sim. Peças que até podia usar,
mas no fundo sei que não vai acontecer. Peças de que afinal não gosto. Peças
que afinal não dão jeito nenhum. Quando é para fazer as malas mais leves
qualquer desculpa é válida.
Estou pois, a
preparar esta mudança em modo déspota, com pulso firme, até porque vou ter de
carregar com tudo sozinha.
Já não me serve bem, encolheu, arrugou, já não gosto, saiu
de moda há 10 anos, fora da minha vida!
Até que descobri uma sewater completamente cheia de borbotos
e com um tom tão desbotado que já é mais cor de pele do que cor de rosa. Tem manchas, tem 7 anos e eu já não uso, muito
menos agora que supostamente vem aí o Verão.
Fitei-a, primeiro com frieza, ciente de que conhecia bem o
meu ponto fraco. Não funcionou. Quando
dei por mim já estava a olhá-la com ternura e nostalgia e a tirar-lhe
fotografias.
Tive um flash de lugares, de momentos, de pessoas. De felicidade
em estado puro.
Essas etapas da vida que gostaríamos de voltar a viver para
fazer tudo igual outra vez.
Não tenho nenhuma esperança para esta sweater como peça de
roupa.
Mas as memórias não se deitam fora nem se vendem em segunda
mão.
As memórias guardam-se.
Por isso esta vem comigo aonde eu for.
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