Batalha naval
O ano passado, no meu aniversário, fizemos paddle surf pela primeira vez. Foi divertido,
foi tranquilo, foi relativamente fácil. Por isso ontem, quado a ideia surgiu
espontaneamente no meio da praia, não pensei duas vezes.
Não pensei no vento, não pensei na corrente, não pensei nas
ondas.
Aluguei uma prancha e meti-me à água, armada em pro. Uma
investida que se revelou um autêntico fracasso.
O fato de não me ter aguentado mais de 10 segundos seguidos
em pé na prancha é, provavelmente, a coisa menos má que aconteceu.
Comecei em
frente ao Clube de Natação de Barcelona e, passados 5 minutos, já estáva quase
em Ibiza. A prancha ia ao sabor do vento, ignorando por completo as direções do
remo. Passei o resto da hora que tinha, a tentar voltar ao ponto onde devía
estar, com essa continúa e angustiante sensação de que por muito que remasse
não saía do mesmo sítio. E não saía
mesmo. Tive que me pôr a nadar, com a
prancha atrás, para começar a avançar.
Experimentei remar sentada, deitada, dobrada, ajoelhada, mas
nada se revelou eficaz. A prancha tremia
qual gelatina de morango, oscilando vacilante na constante das ondas.
Pôr-me de pé era uma odisseia. Caí de todas as maneiras e
feitios possíveis. Para a frente, para
trás, de chapa, de lado, de costas. Uma paródia! Engoli litros de água salgada,
esfolei os jelhos, desloquei o biquini. Estava 100% empenhada na minha própria
batalha naval. Consegui voltar ao ponto de partida mas não me restou outra opção
que render-me, exausta, com os joelhos vermelhos, os braços dormentes e a
barriga inchada, dos litros de água ingeridos.
Já em terra, tiveram que me ajudar a carregar a prancha, porque o vento a desviava do
meu parco domínio, ameaçando letalmente as cabeças dos banhistas mais próximos.
Contado, não parece muito divertido. Mas foi tão ridículo
que deu para rir bastante, em jeito de desafio à frustração.
Aqui ficam imagens do regresso (pouco) triunfante.
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