Portugal vs Argentina
Vá, confessem lá que já tinham saudades das minhas bacoradas futebolísticas.
Pois que ontem o Teatro dos Sonhos, Old Trafford para os menos letrados na
matéria da bola, se transformou no Teatro dos Deuses.
Ohhhh!!!
Nada exagerado, claro está, apenas uma hipérbolesinha básica
para referir o choque dos Titans: Cristiano vs Messi.
A expectativa foi altamente alimentada e instigada por meios
de comunicação de todas as partes. Ia ser um jogão!
E o choque deu-se, sim senhor que se deu, mas foi mais pequeno que os que eu dava quando andava nos carrinhos de choque da feira de
Santa Iria.
Portugal começou com o pé esquerdo e torcido, se não sofreu
golo nos primeiros minutos foi por mero acaso do destino. Depois, lá se decidiu a jogar com os dois
pés, mas entre as quinas e os celestes não havía chama nem faísca, nem sequer fumo.
Era um futebol sensaborão, como bolachas de
água e sal.
Verdade seja dita, desde o Euro 2004 e o Mundial 2006 que não
temos uma equipa a sério, assim mesmo a valer. Temos um jogador, 9 a enfeitar e
um bulldog luso-brasileiro. E na Argentina acontece a mesma coisa, menos o
bulldog.
O jogo teria sido muito mais emocionante se fossem apenas os
guarda-redes e Messi e Ronaldo no um contra um, puro e duro. Isso sim, seria
algo para o qual teria valido a pena ligar a televisão.
Mas não!
Em vez disso, os craques ficaram a aquecer o banco na segunda parte e
o resto do jogo foi insuportavelmente chato (o teatro dos deuses voltou a ser o
teatro dos sonhos de tanto sono que dava olhar para o campo) até aos 90, quando
marcámos o 1-0.
Quem marcou?
Um tal Raphaël Guerreiro, tuga autêntico de sobrenome mas com um ph e um trema
duvidosos no primeiro nome.
De resto, alguém que nunca ninguém ouviu falar, como não
podia deixar de ser, no amigável mais decepcionante e aborrecido desta semana
de jogos das selecções.
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