A fuga das flores
Fala-se muito na fuga de cérebros, mas ninguém se lembra da fuga de flores. Afinal, além dos neurónios, há mais boas qualidades dos portugueses e portuguesas que se estão a perder, devido aos fenómenos migratórios. O país não só está a ficar mais velho como, muito provavelmente, está também a ficar mais feio. Quem me alertou para este facto foi o simpatiquíssimo senhor do check-in da TAp, no meu voo de regresso a Barcelona. A genialidade vem de onde menos se espera, quando a única esperança que acalentamos é que não nos cobrem extra por excesso de peso nem percam a mala pelo caminho. E, a poder ser, que o avião não caia. Que é uma coisa que dá sempre jeito. Mas então o senhor disse-me assim: - Vai para Barcelona? - Sim. - E porquê? - Porque vivo lá. - Ah vive lá? Mas então e Lisboa, não? - Não, não. Há muitos anos que não. - Oh! Vão-se as flores e ficam os vasos! Lá está, coisa nunca antes assinalada. Porque há demasiado foco no talento e na inteligência. Há