O resumo da semana
Há quase uma semana que voltei a Barcelona e ainda não tive
tempo de vos contar tudo sobre a minha semana em Lisboa.
Já sabem que descobri novas músicas portuguesas, que deixei
de ser cliente da Vodafone e que fui ao Politeama ver a revista do La Féria.
Mas faltou contar esses passeios de turista que me enamoram,
com direito a fotos do Castelo desde a Praça do Rossio, a fotos no Terreiro do
Paço, a fotos da descida a pique do Chiado, toda enlaçada (cuidado, aqui há trocadilho) com as iluminações de
Natal, lá do Fernando Pessoa até aos Armazéns.
Faltou contar o vá de enfardar pastéis de nata, numa traição
ilícita aos pastéis de Belém com um sítio novo (pelo menos para mim) chamado
Manteigaria, no largo Camões.
Faltou contar o reencontro com os amigos da Universidade, os
poucos que conseguimos reunir numa noite gélida em que provámos croquetes com
sabores tão radicais como: bacalhau com chouriço, choco com tinta, alheira com grelos ou,
em edição limitada, perdiz com qualquer coisa que já não me lembro. Um pequeno
souvenir do Mercado da Ribeira, onde combinámos jantar, mas a escassez de lugar
para assentar o rabo e o estilo tabuleiro na mão acabaram por nos empurrar para
um mexicano ali ao lado, bem bom! Chamava-se Las Ficheras, que a propósito de 6 anos imigrada
em Espanha, não faço ideia do que significa.
Faltou contar que o Pai Natal me trouxe tudo o que eu pedi (e o resto vou esperar que me tragam os saldos), que a senhora minha mãe se esmerou nas comidas e sobremesas e o senhor meu pai nos serviços de chofeur prestados à nossa pequena comunidade familiar.
Faltou contar a experiência no Avenue, localizado em cima,
literalmente, da Avenida da Liberdade e exemplo claro do que eu chamo uma
cozihha creativa. Recomendo altamente o arroz de pato e o gelado de pastel de
nata. Na verdade, podem pedir o que
quiserem que por muito que achem que sabem o que estão a pedir, vai ser uma
surpresa. Das boas, não se preocupem...
Faltou contar o reacender da chama dessa relação amor-ódio
com a calçada portuguesa. Às vezes penso em voltar e abrir um negócio em Lisboa, de
temática incógnita. Poderia ser qualquer coisa. Menos sapatos de salto alto. Isso
seria lutar contra o passeio.
Et voilà! Tudo
contado está.
Talvez volte a Lisboa nos Santos, talvez vá ao Algarve no
Verão.
Agora estou para aqui em Barcelona, a ouvir “ Maria La
Portuguesa”, um fado tristucho cantado em espanhol, sinal evidente de uma saudosa nostalgia
pendente.
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