Uma amiga a menos no gang das solteiras
Na semana passada fui a um casamento secreto. Quer isto dizer que não podia contar a ninguém quem se casava. Agora já posso, mas também não interessa nada porque vocês não conhecem. Foi uma cerimónia simples, apenas com os noivos e as 10 pessoas a quem confiaram o seu segredo. Decorreu pelo civil, numa sala um quanto tanto austera, grande e cheia de cadeiras vazias, com um palanque de madeira no meio em jeito de palco. O sistema de som, em vez de ajudar a criar uma atmosfera romântica deu, literalmente, o berro. Mas quando a noiva entrou a sala encheu-se de emoção e o vazio preencheu-se com a sua presença. Estava linda, as noivas estão sempre lindas, com um vestido branco de última hora que nem teve tempo de provar mas que lhe assentou como se tivesse estado a vida toda à espera dela. O buquê a condizer com os olhos que continham as lágrimas. Entrou devagar e nervosa, como entram todas as noivas, seja numa igreja, numa sala da câmara municipal o no Four Seasons do Bosphurus.