Uma noite em Roma...
Uma noite em Roma, sob o olhar atento das estrelas e ao som
da corrente do Trastevere.
Uma noite em Roma, depois de jantar no Ímago, um autêntico camarote
de contemplação da cidade, no rooftop do Hotel Hussler.
Uma noite em Roma, num pátio ao ar livre, uma junção de mesas
pouco articulada reunia uma larga dezena de pessoas. Americanos, na maioria, e
alguns italianos. Menos nós.
Todos tinham um ponto em comum que transcendia a assimetria
das mesas pouco articuladas: a sequela de um filme que estavam a rodar em Roma.
Menos nós.
Todos trabalhavam, de alguma maneira, em cinema. Todos
tinham um je ne sais quoi de Hollywood, Fellini ou Almodóvar. Menos eu.
Uma noite em Roma, olhei em volta e vi caras conhecidas, que
nunca antes tinha conhecido.
Estava numa animada conversa com o Cal, o prometido da Rose
que viajava com ela na primeira classe do Titanic.
Do outro lado, sorridente, o Greg Focker a quem o sogro fez
a vida negra para deleite de todos nós.
A seu lado, loiro como sempre, o Gil Pender, que desaparecia
num carro mágico à meia noite em Paris .
E na cabeceira da mesa, tão imponente quanto discreto, John Makovich
being John Malkovich.
Uma noite em Roma, uma “escritora brasileira” tomou um copo
com parte da equipa do Zoolander 2, participando na mesma junção assimétrica de
mesas que o Billy Zane, o Ben Stiller, o Owen Wilson e o John Malkovich.
Foi um copo de vinho branco surreal.
Foi uma ida à casa de banho com uma actriz nomeada aos Óscares e aos Globos de Ouro, em que falámos, tranquilamente, de malas, penteados e rabos.
Foi uma deixa improvisada seguida de uma foto envergonhada:
“Thank you for making me laugh!”
Uma noite em Roma, foi como se eu também estivesse num
filme.
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