Um dia destes vou presa...
Não sou uma pessoa que prima pela paciência. A minha mãe
costuma dizer que nasci à pressa, tão rápido que a própria enfermeira não
acreditava que eu já vinha a caminho, até que me viu a vir e foi a correr
buscar a médica.
Tenho muitas virtudes mas, realmente, saber esperar, ter
calma e aguardar, não fazem parte da panóplia.
Eu sou mais impulsos, rompantes, emoções à flor da pele. O
aqui e o agora (já!) são as minhas leis de vida.
Isto tudo para dizer que qualquer dia vou presa por
impertinência e desacato à autoridade.
Como expliquei no post anterior, o meu banco mandou-me ir à
polícia para denunciar a cópia e uso fraudulento do meu cartão de crédito.
Acontece que o senhor agente que me atendeu insistiu em dizer-me que eu tinha de apresentar os movimentos
bancários dos últimos 6 meses par poder fazer a denúncia. Claramente um despropósito.
Eu tinha os movimentos que o Banco disse que eram precisos, mais um email do
departamento de fraudes fiscais que explicava tim-tim por tim-tim onde como e a
que horas é que me tinham copiado o cartão, bem como o montante extorquido. Mas
o senhor agente não se queria dar ao trabalho de ler o documento e empacou que
sem os 6 meses de movimentos não podiam proceder a uma investigação.
HAHAHAHAHAHAHAHAH!!! Uma investigação! Denunciei o roubo de um computador numa
sala de aula da UAB (onde há câmaras) e não houve nenhuma investigação,
denunciei o roubo de um iphone no metro (em frente às câmaras) e também não
houve nenhuma investigação, mas está-se mesmo a ver que vão investigar a cópia
de um cartão de crédito.
Depois de muito ricochete de palavras numa intensa tentativa
de lhe explicar como é que tinha de fazer o seu trabalho, o senhor agente lá
percebeu que eu tinha razão.
Mas olhe, tem duas horas de espera para fazer uma denúncia.
O quêêêê??? Duas horas??? Mas estamos no meio de uma favela
do Rio de Janeiro? Numa esquina escura de Chelas? Ou num gueto do Bronx?
Pois, se quiser é melhor voltar amanhã.
Pois, pois é.
Então adeus, muito obrigada por me fazer perder tempo.
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