A rotina do tupperware
A rotina do tuperware começa com o despertador. O som do
alarme é o primeiro indício de que vivemos dentro de uma rotina. O segundo é
não ter lugar para nos sentarmos no metro. Não, peço desculpa, o segundo é o sol
ainda estar por raiar quando nos levantamos da cama. Felizmente essa escuridão
já não se abate sobre mim. A falta de lugar do metro sim. Bom, na verdade tem
dias, às vezes de manhã tenho sorte. Na
rush hour das 6 da tarde vou sempre de pé.
Mas a parte mais marcante da rotina do tupperware é esse
momento em que estamos a fazer o jantar
e o almoço ao mesmo tempo. Seja porque cozinhamos dois pratos distintos, ou
porque cozinhamos em abundância para o dia seguinte. Ou dias (às vezes faço
esparguete à bolonhesa para uma semana).
Depois já se sabe, é colocar a comida no tupperware e
enfiá-lo na mala, mesmo se for uma Michael Korrs ou uma Kate Spade NY, porque
no final de contas, se elas andam de metro também podem carregar tuppers.
O micro-ondas do trabalho é uma peça chave no mecanismo da
rotina do tupperware. No outro dia cheguei e estava avariado. Foi uma grande
chatice. Andei o dia todo com o frango com natas e roquefort na mala.
O síndrome de Garfield, a utilização da expressão TGIF e os
mixed feelings em relação aos domingos, são todos sintomas da rotina do
tupperware.
Ah! E procurar os
feriados do ano que vem no Google! Este é o meu sintoma preferido,
principalmente quando há fins de semana prolongados.
Outro signo indiscutível da rotina do tupperware é não
termos nada para fazer às 10 da noite e por isso pormo-nos a escrever sobre
esparguete à bolonhesa, frango com natas e roquefort e tupperwares, antes de
decidir que o melhor é mesmo ir dormir.
É isso ou ir fazer stalking para a porta do hotel onde
sabemos, porque vimos no Instagram, que está uma modelo da Victoria’s Secret de
quem somos fans.
Bem-vindos ao meu novo mundo.
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