Sete anos
A contar pelos dedos, apercebi-me de que este mês completo sete anos de imigração em Barcelona. Sete anos são uma vida. Sete anos numa mesma cidade é
uma primeira vez. Até este Outubro de
2015 o recorde estava guardado em Faro, dos 12 aos 18.
Percebo agora que é normal que as palavras em espanhol
atropelem as portuguesas sem que eu me dê conta do incidente. É normal que as
expressões não sejam as mesmas e que, ao escrever, as letras dancem sevilhanas
em vez do corridinho. É normal que já não conheça os jogadores do Benfica nem
da seleção, mas saiba os nomes do 11 principal do FCB e de Espanha. São sete anos a vê-los ganhar tudo.
Sete anos que começaram com um mestrado e se desenrolaram em
trabalhos que me fizeram ficar. Sete anos intercalados com 3 meses em NY
que mudaram tudo em Barcelona.
Sete anos que me fazem pensar: e se tivesse envergado pela
carreira jornalística, o que teria acontecido? E se tivesse ficado em Lisboa,
estável e tranquila, a trabalhar na Jerónimo Martins?
Estaria melhor? Estaria pior? Estaria casada? Teria filhos?
Não sei, são sete anos de incógnitas que jamais se
revelarão.
Mas são também sete anos na melhor cidade da Europa, com bom
tempo, praia, festa e uma multiculturalidade fervilhante. Como diz o meu pai,
uma badalação só!
Estes sete anos não se podem queixar.
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