Uma vez Harry Potter, sempre Harry Potter

Atravesso um centro comercial entre o escritório e o metro. Tinha começado a chover e achei oportuno entrar na FNAC para fazer tempo. Gosto sempre de cuscar as secções de literatura, abrir páginas ao acaso e julgar capas e títulos. Logo na entrada encontrei-me ao novo Harry Potter. Já tinha ouvido um reboliço aqui e ali mas, sabendo que era o guião de uma peça de teatro, achei que seria só mais uma fatia com cobertura de açúcar para engordar o império da Sra. Rowling. Outra engrenagem de marketing para continuar a dar corda ao Expresso de Hogwarts! Ainda por cima este vinha com 2 co-autores. Que escândalo! Agora até já é rica de mais para escrever sozinha. E só fizeram edições de capa dura e tamanho considerável, uma chatice para levar na mala e ler nos transportes. Também não gostei da ilustração, nem das indicações cénicas nas páginas que abri ao acaso. E, claro, era caro. “Tem tudo para não valer a pena.” – pensei. Na sequência desse pensamento agarrei nele e pus-me