Sexta à noite com Chris Brown
De todas as celebridades que já vi, nunca tinha visto nada
assim.
Chris Brown veio a Barcelona e houve uma histeria coletiva. Nem
Paris Hilton, nem Kobe Bryant, nem Messi ou Neymar, nem Shakira ou Sean Penn, entre
outros tantos que vi passarem por cá, levantaram multidões como este rapaz. Nem a Sagrada Família no pico de Agosto atrai tanta gente.
Fez-me lembrar as imagens a preto e branco dos concertos do
Elvis, mas a cores e em modo rap.
Eu fui uma privilegiada, por trabalhar na discoteca onde ele
deu o concerto e poder ver a atuação de muito perto. Imbuída nessa admiração,
não pude deixar de notar que qualquer coisa que ele fazia desencadeava uma loucura
contagiosa. Se ele levantava um cotovelo
as pessoas gritavam, se ele dava meia volta era o delírio e quando ele falava
então, um milagre de Deus!
Nem era preciso cantar. A sua mera existência representava
um êxtase para nós, reles mortais.
Deve ser bom viver assim, que cada vez que
piscamos os olhos há 100 mil pessoas que acham que o nosso piscar de olhos é o
melhor do mundo!
Groupies espetaculares e uma lista infinita de pretendentes
que se embrenhavam numa guerra cerrada para chegar perto dele, apesar dos
intimidantes guarda-costas que o rodeiam.
O cúmulo foi quando lançou duas toalhas suadas e a multidão
se engalfinhou e se debateu agressivamente para decidir quem ficava com as
toalhas.
A mim, se alguém me atira uma toalha suada leva com a toalha de volta em toda a cara. Chris Brown ou Chris de outra cor qualquer, não importa.
Mas isso sou eu, obviamente o mundo em que
vivemos é outro.
É um mundo mediático feito de estrelas terrestres que
veneramos como se brilhassem de verdade. É um mundo de quem consegue a melhor
foto para pôr no instagram e quem consegue tocar o sapato do Chris Brown quando
ele se aproxima da primeira fila e o segurança está distraído.
Sim, é um mundo divertido e foi uma noite diferente,
engraçada, com uma vibe intensa e muita adrenalina!
Não vou ser hipócrita e
criticar sem dizer que gostei. Gostei! Adorei! Achei um máximo estar ali tão
perto e ver e sentir tudo isto.
Mas depois lembro-me das toalhas suadas e a minha fé na
humanidade encolhe um bocadinho...
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