Às cabeçadas com o tofu
No outro dia fui comprar água ao supermercado biológico que tenho aqui ao lado de casa. Não é que tenham água biológica, ou que eu compraria água biológica se a tivessem, mas o pack de 6 garrafas de litro e meio é pesado e este é o supermercado que menos dista da porta de minha casa. À espera para pagar reparei num croissant que dizia “Croissant de frankfurt de tofu”. Indignei-me logo ali! Hoje em dia qualquer pessoa pode escrever qualquer coisa em qualquer sítio e ninguém diz nada. É demasiado fácil abusar das palavras e confundir os termos para escrever coisas mais “vendíveis”. Não há respeito pelos significados, vivemos um niilismo verbal que se está pouco marimbando para a semiótica. É um descontexto pespegado! Estará Camões a dar piruetas nos Jerónimos, esteve ele ali com tantos trabalhos a contar verso por verso dos Lusíadas para que tivessem todos 10 sílabas e vem agora o tofu dar cabo da literatura. Não me mal interpretem, acho maravilhoso que queiram fazer croissant