Estreia mundial
Na semana passada fui ao teatro, noite de estreia, casa
cheia. Mas em vez de uma peça, vi 7 homens seminus. Dito assim peca por
essência. Dito assim, poderia muito bem ser uma despedida de solteira num bar
em Albufeira.
Aliás, um dos protagonistas tocou guitarra enquanto fazia a
espargata suspenso no ar. Outro, pendurado de cabeça para baixo, sapateava e tocava
flauta.
Trapézios e plataformas voadoras, saltos e bailados, coreografias
futuristas com figurinos de luzes LED programados por computador, canções
contemporâneas e até um pouco de StarWars.
Não era um circo. Não era um cabaré. Não era um concerto.
Embora tenha havido momentos em que parecia que estávamos num concerto de Bon
Jovi com toda a gente de pé aos saltos. Sei que Bon Jovi não é a referencia
musical mais atual, mas se alguma vez forem a um concerto deles anuirão que é o
exemplo perfeito.
Era um espetáculo em que queriam surpreender. Queriam
divertir. Queriam entreter. Queriam fazer sentir.
As palmas e as ovações de pé assinalaram o objetivo
cumprido.
Os Vivancos, bailarinos de flamenco e irmãos, reinventaram o
flamenco das rosas no cabelo. Moldaram a tradição como se fosse plasticina para
interpretá-la aos olhos da arte contemporânea e do presente criativo, um tempo
difícil de conjugar.
Criaram um flamenco próprio, um flamenco em que nos podemos
rir durante o espetáculo como se eles nos tivessem a fazer cócegas. Um flamenco
que transcende a música, a dança e os cavalos, com produções audiovisuais e
intérpretes polivalentes que se desdobram em mil talentos. Às vezes com roupa,
às vezes sem...
Olé!
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