Heels to Kill
Hoje apetece-me falar de sonhos. Sonhos sem hora marcada
para se tornarem realidade.
Toda a gente tem sonhos. Faz parte de ser pessoa. Nem toda a
gente luta pelos seus sonhos, às vezes por falta de ferramentas, às vezes por
falta de vontade.
Mas eu tenho uma amiga que conseguiu encaixar a vontade com
as ferramentas e meteu mãos à obra. Foi uma obra demorada, como todas as obras
em geral. Por isso agora que está a inaugurar o seu sonho, enche-me de orgulho
e inspiração.
Desde que a conheci, há uns bons 5/6 anos atrás, que ela
queria ser Dj. Ser Dj parece ser tão delicioso como a cobertura de um cupcake,
que o digam o David Guetta, o Alesso, o Avicii... E depois há os outros todos,
que têm que tocar grátis ou por 50€ por noite, carregar com o seu próprio equipamento
e empurrar os bêbedos que se aproximam, para não ficar com o mixer empapado em
cerveja ou whisky.
Ela fez isto noites a fio. Incansável. Conjugando as
noitadas com trabalhos de dia, porque ser DJ dá um status cool mas não paga o
aluguer da casa. Aliás, também não confere um contrato de trabalho para poder
alugar uma casa.
Os 50€ foram-se transformando em 100, 150, 200... As sessões
na cave do bar da esquina passaram a clubes conhecidos e eventos para marcas
multinacionais. Chegou mesmo a fazer o warm up de uma festa do tour da Rihanna.
Também a dispensaram várias vezes, cortaram custos, mudaram de tipo de música.
Mas ela continuou, trabalhava todos os dias, todas as
noites, fazia o que fosse preciso. Menos desistir. E já não tinha 20 anos, já
não havia aquele relaxamento de saber que se não funcionar pode começar outra
coisa do zero sem problemas.
Não. Houve problemas e riscos e muitas noites sem dormir,
literalmente.
Agora, o que dificilmente passaria de um hobby é um contrato
com a Universal Records e aqui está o primeiro videoclipe do primeiro single,
para atestar que vale a pena sonhar.
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