Itália - Filipinas
Uma pessoa não sabe que há centenas de Filipinos em Itália
(as pessoas da Filipina não as bolachas), até aterrar num amistoso de basket
Itália - Filipinas. E nesse momento também se descobre que jogam basket nas
Filipinas. A vida é um aprendizado constante!
Devo dizer que o mais relevante desta experiência foram os
40 graus que se faziam sentir em Bolonha. Quarenta graus é assim um passeio
pelo Saara sem passar pela casa do Oasis. Quarenta graus é sair à rua e sentir um bafo
tão abrasador e húmido que por momentos parece que não conseguimos respirar.
Pior que o Brasil, pior que o México, pior que todas as zonas tropicais onde eu
já estive. Depois uma pessoa habitua-se. A ficar no hotel com o ar condicionado
no máximo e não sair à rua antes das 6 da tarde.
Voltemos ao jogo, inteligentemente marcado para as 20.45 da
noite. Entrávamos no pavilhão e era como entrar em Manila. Vieram de todas as
partes de Itália, do Sul, do Norte e das ilhas, para se fazerem ouvir no
Paladozza de Bolonha. Mesmo se o primeiro quarto terminou com um resultado de
22 a 4 para os da casa, os Filipinos (e
eu continuo a imaginar as bolachas) gritavam a pleno pulmão. Quem ouvisse
pensaria que era um jogo emocionante.
Não era. Era um jogo tão emocionante como a primeira vez que
jogámos contra o colégio Internacional de Porches, quando eu tinha 12 anos, e
perdemos por 100 a 2. Se ao menos estivessem estado ali 500 Filipinos (ahaha
desculpem, não consigo parar de pensar nas bolachas) a puxar por nós, talvez tivéssemos
marcado dois cestos.
Acredito porém, que vivemos um momento histórico em Bolonha:
o primeiro quarto mais eterno da
história do basket profissional internacional, de tão chato que era de ver.
Quatro longos, longuíssimos quartos mais tarde, a Itália
ganhou o jogo. Mas do lado do público, as Filipinas ganharam em motivação e
apoio à sua equipa, em jeito de 100 a 2.
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