De Cuba com calor
Tal como quando chega Abril já me cheira a Verão e arrisco o
primeiro mergulho, quando Setembro abre as portas começo logo a ouvir jingles
natalícios e a imaginar noites que começam às 6 da tarde. Talvez seja demasiado
dramática, ainda hoje estive na praia, mas a verdade é que nas montras das
lojas já desfilam botas e casacos compridos.
Imbuída dessa melancólica nostalgia de um Verão que ainda não
se despediu, arrumo as minhas melhores memórias que são, basicamente, uma:
Cuba.
Desde o ano passado que queria ir a Cuba e este ano lá fomos
todos em viagem de família. Cuba é um destino ideal para quem quer desconectar
de verdade, porque não há internet, e não tão ideal para quem gosta de
Coca-cola, porque também não há Coca-cola. E se alguém não sabe quem é o Che
Guevara, digamos que ali é como o Maradona em Nápoles: Deus.
Arrancámos com dois dias em Havana, onde o calor é assolador
e a cidade parece um filme dos anos 50 com os mais variados modelos de carros
da época, devidamente estacionados à porta de hotéis e atrações turísticas.
Fizemos um passeio num Chevrolet vermelho descapotável, passando pela Praça da
Revolução e pelo Malecòn. Confesso que para mim o Malecòn era o highlight de
Havana, ingenuamente influenciada por uma canção de Melendi e outra de um tal Jacob
Forever, que justamente se intitula “Hasta que se seque el Malecón”.
Dificilmente se vai secar, mas também não é o passeio marítimo que eu
imaginava, ao estilo do calçadão do Rio de Janeiro entre Copacabana e o Leblon,
ou do Puerto Madero de Buenos Aires. O Malecòn é um passeio de estrada e
cimento em cima do mar e assemelha-se mais à marginal de Cascais (que em nada
lhe fica a dever).
Assim sendo, a minha lista de highlights passou a ser
liderada pelo Museu da Revolução, com tributo especial a Che, e pelo museu do
chocolate, tão bom, ou até melhor que o belga e o suíço, mas 10 vezes mais
barato. Também gostei da buliçosa Calle Obispo, onde tão depressa nos
encontramos com o Hotel onde viveu Hemingway, como com uma estátua de Camões.
Mas, sejamos sinceros, o que eu gostei mais foi de Varadero!
Varadero é uma pequena cidade turística com as melhores
praias que já vi em muito tempo. Águas cristalinas e cálidas,areia mais fina e
branca que farinha e o famoso conceito de resort “all inclusive” que faz a vida
de uma pessoa muito mais fácil. Não que seja difícil viver no Caribe, entre uma
piscina com jacuzzi e uma praia paradisíaca, mas quando também temos comida e bebida
à descrição, a vida atinge a perfeição.
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