O Inferno no paraíso
Este post é uma espécie de texto
de auto-ajuda, baseado no prazer que nós, humanos imorais, sentimos pela má
sorte alheia e que nos faz extremamente felizes.
Tenho uma amiga que andava a
planificar as suas férias paradisíacas há um mês: Miami- Bahamas – Cuba. Dá
inveja não dá? Mas não se preocupem, que isto melhora para o nosso lado. O dos
que estamos em algum sítio não paradisíaco a consolar-nos com um interface
binário.
A coisa começou a correr mal logo
em Miami, quando avisaram que o avião para as Bahamas estava duas horas atrasado.
Das duas horas, lentamente, se fizeram quatro e das quatro umas quantas mais,
porque afinal aquele avião não estava era capacitado para voar para lado nenhum.
Chegou outro, mandaram entrar e depois de duas horas à espera
dentro do avião, mandaram sair. Aquele avião também não podia partir, tinha problemas
no quadro eléctrico (o que é sempre uma notícia reconfortante quando vamos apanhar
um voo). Mas os senhores passageiros que não se preocupassem porque toda a gente
ia receber 12 dólares para um jantar de luxo nas imediações aeroportuárias!
Explicações nenhuma, seguindo ao pé da risca o procedimento tradicional das
companhias aéreas. Escusado será dizer que quando chegaram às Bahamas já
tinham perdido o transfer para o hotel, a comida e um dia de viagem.
Em Cuba não houve percalços, exceto
o furacão. Um furacão que, de acordo com as previsões, será o 5º mais forte da
história a atingir a ilha de Fidel.
Um furacão, ora quem é que não gostaria de
estar nas suas férias de papo para o ar e ter um furacão a irromper pela varanda? Depois ainda por cima
é um furacão desagradável, que vai chegar sexta à noite, vejam bem, com todas as
noites da semana livres, logo tinha de vir na noite da fanfarra, que uma
segunda ou uma quarta não lhe davam jeito. A agência de viagens disse que só
trocava os bilhetes em razão de “causas maiores” e parece que um furacão "devastador" não se inclui no leque das causas maiores. Hum, não sei, talvez seja só de
tsunami para cima, a roçar terceira guerra mundial. Mas enfim, se depois do
furacão ainda quisessem trocar os bilhetes para regressar antes, então, talvez, pudesse ser possível. Bom, não teve mais remédio que fazer-se à vida, porque ela é pequenina
e não estava mesmo com vontade de ir a voar pelos ares. Compraram um voo de
última hora para Londres, fora do pacote da viagem, com uma escala de 10 horas
em Gtawick para então, finalmente, voar a Barcelona, onde amanha se prevê
trovoada.
Agora a volta ao trabalho já não parece assim tão má não é verdade?!
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