"It" - Capítulo I
Achei que a minha vida não estava suficientemente
emocionante com um novo projeto profissional e esta espécie de guerra civil que
estamos a viver em Barcelona, e pareceu-me boa ideia ir ver o filme de terror “it”
que promete ser um dos mais assustadores do ano.
É um filme que assusta, sem dúvida, que nos deixa numa
ansiedade perturbadora, mas que também tem cenas mesmo estranhas, um misto de
abstrato tenebroso com surreal inesperado. Baseia-se num livro, que tem de ser a coisa mais
angustiante de ler e mais desaconselhada para leituras antes de ir dormir. Aliás, fizemos questão de ir dar uma volta pela praia depois da sessão, para desanuviar a tensão.
Mas tem uma coisa engraçada este filme: ao contrário da maioria
dos filmes de terror, em que quanto mais nos adentramos no filme mais medo nos
dá, neste filme os personagens principais vão perdendo o medo e nós sentimos o
mesmo. Quando o psyco palhaço aparece
nas últimas cenas, já não fecho os olhos, já nem sequer ponho as mãos na cara,
já não me pode assustar, porque já não pode assustar os miúdos, que um por um venceram
os seus medos pessoais.
Se calhar isto parece uma salganhada de horror e só mesmo
vendo o filme ou lendo o livro, para perceber que “it” é um filme de terror sobre
amizade e superação de medos e opressões.
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