"Adeus oh meus amores que me vou..."
Olhei para
o fecebook por acaso e aquele comentário estava ali, como poderia estar qualquer
outro, porque o facebook é que decide o que eu quero ver. Mas estava aquele e
foi ao lê-lo que percebi que nunca mais ia ver um concerto dos Xutos e
Pontapés.
Não sendo
uma fanática do rock and roll, guardo para sempre na memória os momentos áureos
da minha época de pré-adulto, nas semanas académicas do Algarve, mais
especificamente nos concerto dos Xutos e Pontapés. Era o único concerto que eu
queria mesmo ver, o único que me fazia saltar, vibrar, dançar, cantar!
Desafiava a multidão, o “moche”, a pisadela e o empurrão, eu queria lá saber, só
queria estar ali!
Cheguei a
convencer amigas da FCSH a descerem comigo até Faro só para ir à Semana
Académica, só para o concerto dos Xutos…
Verdade
seja dita, não era difícil convencer ninguém. Os Xutos têm uma legião de fãs infinita,
que enchia aqueles concertos onde toda a gente sabia todas as letras e cantava
em uníssono, nessas noites que duram toda a vida.
Indescritível
o êxtase que se vivia quando soavam os primeiros acordes da guitarra dele,
antes de se ouvir o grito de guerra “Maaariiiiaaaaa”!
E quantas
vezes, ao largo dos meus 10 anos de imigrante, me pus eu a ouvir “A minha casinha”
para matar saudades? Muitas, muitas, muitas….
Canções que
atravessaram gerações e fizeram parte de nós de uma maneira tão inata que não
sabemos quando, nem onde, nem porquê, mas que nunca passam de moda no nosso
repertório mais íntimo.
E é
estranho pensar que alguém que me fez ouvir e sentir, alguém que me
proporcionou experiências tão felizes, alguém que me deu esses momentos de que
os anúncios falam, esse carpe diem, esse viver o aqui e o agora como se não
houvesse amanhã, já não existe.
Alguém que
mudou a história do rock português, que a escreveu desde o princípio e deixou a
música fluir, com um sorriso no rosto.
Obrigado Zé
Pedro, “será sempre, sempre, à tua maneira!”
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