Balanços anuais sem medidas
Se calhar,
2017 não foi o meu ano.
"Se calhar" é eufemismo, não foi
mesmo e pronto, as coisas como elas são.
Até começou bem, até parecia que ia ser, mas, de repente e sem aviso, tudo mudou…
Não vale a
pena chorar pelo leite derramado, nem pelos copos que ainda estão por partir. É
melhor brindar às coisas boas que também aconteceram, nenhum ano é feito apenas
de coisas más, e pensar que de tudo sempre se aprende um pouco, mas do mau
aprende-se mais.
Este ano aprendi
imenso, quem sabe não fosse preciso tanto, mas somos isso mesmo, o resultado
das nossas aprendizagens, que renovamos a cada ano, a cada mês, a cada dia.
Acredito
que estamos sempre no processo de nós mesmos, como uma cotação exponencial na
bolsa de valores, feita de altos e baixos, mas em constante evolução.
Não sou a
mesma de ontem, mais que não seja porque hoje descobri que as bolsas transparentes
para guardar comida no congelador, são as mesmas que temos de usar para
transportar líquidos na bagagem de mão (e compram-se em qualquer supermercado,
ao lado do papel de alumínio). E amanhã irei dormir depois de ter ido a uma
festa de fim de ano num castelo em Itália, portanto, também não serei a mesma de
hoje.
De resto, sei
que não sou aquela menina que, nervosa, não parava de fazer perguntas ao pai desde
o banco de trás do carro, no primeiro dia da escola primária. Nem a que entrou, já mais
confiante, pelas portas do ciclo (mais a sua mochila da Barbie cor de rosa), nem a que pisou o liceu com o corte de cabelo da moda e a mania
que já era crescida.
Não sou a
que temia as praxes da universidade e tinha medo de viver sozinha, nem a do mestrado que se mudou
para Barcelona sem temer o futuro, nem a que deixou tudo por um sonho em Nova-Iorque.
Fica para
trás aquele ano de 2007, há mais de 10 anos, que continua a ser o meu
preferido!
O ano em que acabei a faculdade, em que fiz Erasmus (líder absoluto
do top das minhas experiências de vida), em que estagiei no Brasil, viajei pelo
mundo, e rematei conseguindo o meu primeiro trabalho!
Ficam para
trás os primeiros dias de cada novo trabalho, os namorados que não chegaram ao
altar, as amizades que se desvaneceram, os ideais e os sonhos que vamos
perdendo pelo caminho.
Ficam para trás todas as vezes que nunca fomos tão felizes, que, felizmente,
foram muitas!
Mas o mais
importante é o que fica para a frente.
E que é que
fica para frente?
Nós.
Nós, nesse
processo em infinita rodagem com direção caseira, desprovido de guião, mas com
flashbacks determinantes no decorrer da ação.
Que é o
mesmo que dizer que tudo é possível, porque ninguém sabe o que vai acontecer.
Feliz 2018!
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