Quem não temia a morte, porque sabia que tinha aproveitado a vida
Foi com o
telejornal da hora do almoço que descobri que o Stephen Hawking tinha morrido, mais
de 50 anos depois do que os médicos tinham previsto.
Não sou
experta em física e, portanto, não me sinto capaz de comentar o que confio que
seja um legado inigualável para o avanço do conhecimento humano sobre as leis
do universo. Mas, realmente, o que mais me impressiona não é a teoria de tudo
nem conhecer a intimidade dos buracos negros.
O que mais
admiro do Stephen Hawking é algo fácil de entender, ao alcance de qualquer
pessoa que não tenha passado por Oxford nem Cambridge: a sua vontade de viver.
Aquela
rebeldia em não morrer, em não se render e em continuar a trabalhar nas suas
teorias, nos seus projetos, nas suas investigações, nos seus livros, naquilo em
que acreditava e em tudo o que gostava de fazer.
Os médicos
disseram-lhe que morreria em duas semanas e ele disse não, obrigadinho, mas
não, eu vou mesmo ficar por aqui, e continuou a sua vidinha sabendo que ficaria cada vez mais debilitado até
perder todas as fibras de locomoção e coordenação motora.
Eu sou
pessoa para deixar de sair de casa por causa de uma borbulha na cara e isto é
um facto verídico. Um facto verídico que se resume a pura e vergonhosa estupidez
quando posto em perspectiva com um senhor que vive numa cadeira de rodas e se
comunica através de um computador, mas mesmo assim continua a fazer a sua vida
todos os dias e a revolucionar o mundo com as suas ideias.
É fácil
falar em perseverança, coragem e força de vontade, é fácil dizer acredita,
nunca desistas, tu consegues. É fácil porque falar é sempre fácil (e escrever
também).
Mas eu não
sei se conseguiria viver numa cadeira de rodas, não sei se conseguiria viver
sem me poder mexer, sem poder falar, rir, chorar, basicamente, sem poder fazer
tudo o que faço agora.
Acho que
qualquer pessoa pensaria que viver nessas condições não é viver. Mas o homem
mais inteligente do mundo provou o contrário, suponho que tenha razão.
Obrigado
por tudo, por cada lição, e principalmente, pela inspiração.
“I believe
things cannot make themselves impossible.”
“Life would
be tragic if it weren’t funny.”
“However difficult
life may seem, there is always something you can do and succeed at.”
“Intelligence
is the ability to adapt to change.”
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